As irmãs Débora Falabella e Cynthia Falabella (primeira direção) – O Rei e a Coroa Enfeitiçada, prêmio de revelação

Matéria publicada no Site da Revista Crescer
Por Dib Carneiro Neto – São Paulo – 12.12.2014

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Equipe da melhor peça para jovens, A Condessa e o Bandoleiro, com o grupo Barracão Cultural

Equipe da melhor peça infantil do ano, Bruxas da Escócia, com o grupo Vagalum Tum Tum

 

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Bruxas da Escócia e Gigante Egoísta vencem o 1.º Prêmio São Paulo

Cada uma das peças levou três troféus na festa que agitou o setor de teatro para crianças no início da semana

Foi a segunda festona deste ano em tributo ao teatro infantil, ambas patrocinadas pela empresa Femsa. A primeira foi em maio, com os melhores do ano passado. A segunda, já com os melhores de 2014, aconteceu com muita euforia na noite de terça, dia 9, em um bufê da Vila Olímpia. Foi a estreia do Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem, com curadoria de Luíza Jorge e apoio da lei de incentivo baseada na renúncia fiscal do Proac/ICMS.

Bruxas da Escócia, do grupo Vagalum Tum Tum (SP), e O Gigante Egoísta, da Cia. Artesanal (RJ), foram os dois grandes vencedores da noite, cada qual com três troféus. Bruxas levou melhor espetáculo infantil do ano, melhor direção (Ângelo Brandini) e melhor atriz coadjuvante (Christiane Galvan). Gigante ficou com melhor texto adaptado (Gustavo Bicalho), melhor trilha sonora (Gustavo Bicalho) e melhor iluminação (Jorginho de Carvalho). O prêmio de melhor espetáculo para público jovem foi para A Condessa e o Bandoleiro, do grupo Barracão Cultural.

Outros três espetáculos tiveram destaque por ganharem dois troféus cada: A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília, da Cia Delas, levou melhor cenografia (Marco Lima) e figurino (Mira Haar); Intolerância, do Projeto BuZum, ficou com melhor texto original (Miguel Vellinho, Mariane Gutierrez e Beto Andreetta) e melhor produção; e O Sonho de Jerônimo, da Fabulosa Cia., ganhou melhor ator (Thomas Huszar) e música composta original (Thomas Huszar e André Vac).

A ausência mais sentida da noite foi Mania de Explicação, de Gabriel Villela, que acaba de ganhar o troféu APCA, mas não pôde concorrer ao Prêmio São Paulo por ter feito sua estreia no Rio de Janeiro, o que foge do regulamento dessa premiação. A notícia da noite, anunciada por Ana Flávia Rodrigues, gerente de Comunicação Externa e Sustentabilidade da Coca-Cola FEMSA Brasil, foi a seguinte: a partir de 2015, serão toleradas estreias ocorridas em qualquer cidade do Estado de São Paulo, não mais só na capital, mas desde que, depois, a peça faça também uma temporada na capital, de no mínimo 14 apresentações. Estreias no Rio continuam fora do Prêmio São Paulo. O Gigante Egoísta, produção carioca, pôde concorrer, pois sua estreia ocorreu na cidade de São Paulo, no Sesi – Vila Leopoldina, completando depois as 14 apresentações exigidas com novas temporadas nas unidades do Sesc Consolação e Santana.

A cerimônia foi bastante divertida, com roteiro e direção de Ângelo Brandini e apresentação da atriz Rhena de Faria, na pele da palhaça Mademoiselle Blanch, e do diretor César Gouveia, como seu clown Cizar Parker, ambos premiados na edição do último Prêmio Femsa pela peça A Rainha Procura. Os dois fazem parte do grupo Jogando no Quintal e se esmeraram nas piadas improvisadas, deliciando a plateia com um humor saudável e temático, apoiado em brincadeiras com as categorias da ficha técnica de um espetáculo. Houve até a ‘presença’ surpresa do cantor Roberto Carlos, em versão “verticalmente prejudicada’, cantando Emoções (o clown Mané, com o ator Márcio Douglas). Uma banda musical de clowns, batizada por Brandini de Banda Blanchparker, animou a cerimônia com hits contagiantes. Na hora do prêmio de melhor produção, por exemplo, eles fizeram uma paródia com a canção de Dorival Caymmi que era tema da novela Escrava Isaura, mudando a letra para: “Ser produtor é difícil, é difícil como o quê! Lerê Lerê Lerê Lerê Lerê…”

A seguir, as frases mais significativas que anotei durante a festa, ditas ao microfone pelos participantes, no auge da emoção:

“Boa noite, seres humanos e ceras humanas”. O apresentador Cizar Parker (César Gouveia)

“A festa está começando. Podem pirar. Podem até atirar suas crianças aqui no palco.“ A apresentadora Mademoiselle Blanch (Rhena de Faria)

“Este prêmio faz parte do nosso sonho de fomentar o teatro para crianças e jovens em São Paulo.” Ana Flávia Rodrigues, gerente de Comunicação Externa e Sustentabilidade da Coca-Cola FEMSA Brasil.

“A gente envelhece a cada trabalho, porque aprende mais. Eu pedia mais dinheiro o tempo todo para a produção. O negócio é persistir, pois uma hora a coisa vai!” Mira Haar, ao receber o prêmio de melhor figurino por A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília.

“A verba era curta. Eu deveria ganhar como melhor ilusionista, não melhor cenógrafo. Parecia escola de samba: tinha de sair de todo jeito, então fomos empurrando tudo pra dentro, até que estreou.” Marco Lima, ao ganhar o prêmio de cenografia por A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília.

“Nossa, esse cenógrafo Marco Lima além de tudo é gato!” A apresentadora Mademoiselle Blanch (Rhena de Faria).

“… e repare como ele sabe segurar bem um microfone!” Completou o apresentador Cizar Parker (César Gouveia).

“Não conheço ninguém nesta festa. Sou do Rio de Janeiro.” Gustavo Bicalho, da Cia. Artesanal (O Gigante Egoísta).

“Dedico a meu pai, que desde cedo me incentivou a gostar de música.” Gustavo Bicalho, ao receber o prêmio de trilha sonora, por O Gigante Egoísta.

“Dedico a meu pai, pois desde cedo me incentivou a gostar de ler.” O mesmo Gustavo Bicalho, ao voltar ao palco para receber o prêmio de melhor texto adaptado por O Gigante Egoísta.

“Dedico aos meus pais, porque, imaginem!, eles moram em cima do estúdio onde ensaiávamos esta trilha!” Thomas Huszar, prêmio de melhor música composta original (com André Vac) por O Sonho de Jerônimo.

“Glenda, meu amor, tudo é mais legal com você!” Thomas Huszar, ao subir de novo para receber como melhor ator por O Sonho de Jerônimo, declarando-se à namorada.

“Divido meu prêmio com o diretor (Eric Nowinski), porque ele confiou mais em mim do que deveria…” Thomas Huszar, melhor ator por O Sonho de Jerônimo.

“Aproveito para homenagear Tatiana Belinky e Lúcia Coelho, que hoje estão fazendo teatro lá em cima para os anjinhos.” Antonio Carlos Bernardes, presidente do CBTIJ, ao entregar o prêmio na categoria especial para As Graças.

“Dedico à minha esposa, que tem a paciência de passar os textos comigo!” Fernando Paz, melhor ator coadjuvante por Classificados.

“Viva os palhaços, esses queridos mentecaptos!” Ângelo Brandini, melhor diretor por Bruxas da Escócia.

“Estamos felizes, mas não entendemos por que ganhamos nessa categoria!” Beto Andreetta, ao receber o Prêmio Sustentabilidade pela peça Círculo das Baleias

Eis a lista completa dos vencedores:

Melhor Espetáculo Infantil
Bruxas da Escócia

Melhor Espetáculo Jovem
A Condessa e o Bandoleiro

Autor de Texto Original
Miguel Vellinho, Mariane Gutierrez e Beto Andreetta – Intolerância

Autor de Texto Adaptado
Gustavo Bicalho:  O Gigante Egoísta

Diretor
Ângelo Brandini: Bruxas da Escócia

Melhor Ator
Thomas Huszar: O Sonho de Jerônimo

Melhor Ator Coadjuvante
Fernando Paz: Classificados

Melhor Atriz
Ana Luisa Lacombe: As Três Penas do Rabo do Grifo

Melhor Atriz Coadjuvante
Christiane Galvan: Bruxas da Escócia

Cenógrafo
Marco Lima: A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília

Figurino
Mira Haar: A Famosa Invasão dos Ursos na Sicília

Iluminação
Jorginho de Carvalho: O Gigante Egoísta

Música Original Composta
André Vac e Thomas Huszar: O Sonho de Jerônimo

Trilha Sonora
Gustavo Bicalho: O Gigante Egoísta

Revelação
Débora Falabella e Cynthia Falabella (primeira direção): O Rei e a Coroa Enfeitiçada

Melhor Produção
Buzum: Intolerância

Prêmio Sustentabilidade
Círculo das Baleias

Prêmio Especial
Cia Teatral As Graças – pela sensibilidade e talento na restauração e manipulação de bonecos artesanais do século 19 no espetáculo Bessarábia – Uma Feira de Histórias

Jurados: Dib Carneiro Neto, Beatriz Rosenberg, Mônica Rodrigues da Costa e Gabriela Romeu